sábado, 20 de dezembro de 2008

Porto seguro

Meu porto seguro foi por muito tempo meu, meu amor, meu dengo, meu emburradinho, meu indiozinho, meu bravinho, meu protetor.
Foi meu sujeito e predicado foi tudo pra mim e por muito tempo no nosso ninho de amor onde eu era sua, sua flor, sua morena, sua negra, sua lindona, sua neném era tudo tão simples e tão gostoso de se viver...Mas as coisas passam o tempo muda e tudo muda e com as mudanças aparecem as desigualdades antes absolutamente inexistentes, desacreditada o que fazer nessas horas, quando o tempo passa e leva todo seu conforto todo seu porto? Hoje me sinto vazia pelo fato de não tê-lo e pelo fato de saber que a partir do presente ele será de quem ele quiser. Insegura pois não tenho mais nada a única coisa que tenho e meu amor aqui sozinho só sabendo me amar (ou pelo menos tentando) porque o tempo até isso parece que me levou.
Desaprendi tudo o que sabia, hoje estou crua, a única segurança que tenho são as lembranças que minha memória trazem me provando que esse porto seguro apesar de ter acabado, realmente existiu.

Bárbara Mariana

Rio de janeiro nas primeiras horas do dia 29 de junho de 08.

Um comentário:

Pequena Poetiza disse...

e quem poderá dizer que os castelos que eu construi não existiram de verdade?

o vazio fica até que vc o preencha com outras coisas
com o que vc perdeu ou com novas coisas

engraçado vc dizer que parece que falo de vc nos meus posts... pq acho q o que eu escrevi hj se encaixa bem com o seu.


quando penso... mais vejo o quanto temos e somos um tanto parecidas


bjos amiga