terça-feira, 16 de fevereiro de 2010

O Vrum da Val

Adimto ter ficado surpresa , ao saber que a Val que trabalha na casa da minha Tia tinha carteira.
E claro, que essa minha surpresa vem da minha cabeça cheia de preconceitos. Cultura da minha nacionalidade.
Sempre achei Val muito interessante, uma Secretaria do Lar, com uma filha fazendo Direito que tem como objetivo ser Juíza, com o profissionalismo com que chega pra trabalhar as 09 da manhã, faz um almoço delicioso, arruma toda a casa e sai as 17:00. E de fato ela é uma profissional esse é o trabalho dela com todos os direitos e carteira assinada.
 Nossa cultura nos faz classificar ou por ser mais comum e simples, Empregadas Domesticas, que na sua maioria são: negras, pessoas humildes de vida simples, sem muitas alternativas futuras e dizemos mais: ignorantes. Como é excelente quado vem uma pessoa, uma Val da vida, pra quebrar esse modelo clichê da nossa cultura, da nossa cabeça.
Mas voltando a Val...
Estava fazendo meu prato, com uma dessas deliciosas comidas que ela faz, quando Val me pergunta:
"Bárbara vc está tirando carteira né?"
" Sim tô sim Val"  
" Eu também tirei a minha a pouco tempo, deve ter uns 2 meses."
Fui fortemente surpreendida, não esperava mesmo, nem imaginava que tinha carro, na minha cabeça e criação bem brasileira me impedia totalmente de pensar nisso, mas fui tomada de uma sensação muito boa de uma surpresa gostosa.
Passado o "susto" e começamos a conversar sobre a liberdade, a independencia de ser ter uma Habilitação.
E aquela conversa deixou minha cabeça mais vazia, me fazendo voltar a aceitar o estado do "não saber".
E uma luta diaria entrar nesse estado, sempre sabemos de tudo, por isso de tantos pré-conceitos e preconceitos.

Parafraseando Lya Luft:
É hoje acredito que não saber é o que torna a vida possivel.


Bárbara Mariana.

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